Para quê? Não há. E tampouco por que. À falta dos dois primeiros, cá para nós, de pouco adianta qualquer como. E então? Inventem-se alguns para quês e porquês, pois, caso contrário só ao medo do nada — ou ao medo da dor que antecederá o nada — caberá segurar as pontas soltas, trancar o porão onde moram os ogros e as bestas e ainda por cima prender a barafunda de radicais livres que nos oxidam os órgãos, a memória e os afetos. Daí que é tarefa árdua e inglória demais para um temor só, cazzo, mesmo que seja para um desses medos bem fornidos e assentados, dos que sopraram trinta e oito velas ou mais, choraram nos ombros de terrores noturnos, deambularam ladeados por síndromes do pânico, deitaram em divãs, passearam por todo o abecedário da farmacopeia presente e futura e, apesar de ateus ou agnósticos, fizeram terapia de regressão a vidas passadas, Fischer-Hoffman, grito primal, ébrios de Daime e de respiração holotrópica e depois deitaram em posição fetal porque nada adiantou. Insistir que esse medo da morte maduro, estruturado, com um pouquinho de dor na lombar denunciando a idade dê conta da gente é “pedirle peras al olmo”, sobrecarregar o pobre coitado. Melhor tratar de inventar sentido ou, vá lá, descobri-lo. Pode que seja menos contraproducente. Resta, porém, estar um pouco afim de embrenhar-se na empreitada, porque dá um trabalho danado e não há garantias de que se sustente ou sequer que funcione. Topa, mesmo assim?
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