Reclamação

Quando vi a sua filha, adorei o contraste. Juntar os meus panos de bunda com uma depressiva-reflexiva, cética até a medula e ainda por cima meio grossa, dessas que não levam desaforo pra casa, foi tudo o que as minhas manias sempre pediram a Deus. Mas a senhora me trapaceou. Validade só de um mês foi sacanagem! Pior: além de embarcar em todas as minhas maluquices, ela nunca mais me deu um esporro bem dado. Unzinho sequer! Tome, faça o que quiser com ela. E pra que eu pegue de volta, só do jeito que a senhora me prometeu: igualzinha a minha mãe.

[Bobagem velha, de dois anos atrás]

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16 respostas para Reclamação

  1. Darwinista disse:

    Será que nós homens sempre procuramos a figura materna em nossas mulheres?
    Se for mesmo assim, tá explicado porque ainda não achei minha cara-metade-encaixe-100%: não pode haver outra mulher mais perfeita que a minha velha… :-))

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  2. Darwinista disse:

    Ou melhor: “tão perfeita quanto”…

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  3. Nat disse:

    Eu acho tudo isso um clichê Freudiano. Se fosse assim, por não conhecer meu pai, eu sairia por aí caçando diversos homens sem ter um padrão de escolha… Opa, peraí, não é que é assim mesmo? hehehe Brincadeirinha…

    Eu posso deturpar a realidade em prol de qualquer doutrina que eu aceite. A psicanálise é quase como uma religião.

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  4. anrafel disse:

    Darwinista,

    “A perfeição é uma meta
    Pretendida pelo goleiro
    Que joga na seleção
    E eu não sou Pelé nem nada
    Se muito for eu sou um Tostão”.

    Gilberto Gil

    A busca da perfeição ajuda na formação de parâmetros, mas dificulta na hora de encontrar. Tudo bem, a vida é busca. Deus está no meio.

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  5. anrafel disse:

    Ricardo C.,

    Não, não tenho blog. Contento-me em ler e/ou comentar em alguns (bons) deles, como o seu, por exemplo.

    Mas a sugestão está anotada, e obrigado pela generosidade.

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  6. Pax disse:

    Leria um blog do Anrafel, com certeza.
    ___________________________________________

    Tá devolvendo a patroa, ou pedindo uma noitada sado, Ricardo Cabral? 🙂

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  7. Vanessa disse:

    Nat,

    Tem outra ainda. Por vc não ter tido uma referência paterna vc, muito provavelmente, não tem superego…

    E toca aqui, pq se for assim, nem eu!(perdi o meu aos 10anos)
    o/

    Olha, não devo ser a mulher ideal pro meu marido, então…Pq sou absurdamente diferente da mãe dele…
    Ah, e ele do meu pai. (mas vcs sabem que é justamente essa diferença que mais me atrai. Seria eu uma filha malcriada?

    Ricardo, beijos pra vc!

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    • Ricardo C. disse:

      Oi Vanessa, desculpe a demora em aparecer, não parei nos últimos dias… Quanto a vc não ser a mulher ideal para o seu marido, de fato, não dá para se pautar no clichê tosco e no arremedo de psicanálise barata que esse mini-conto representa. Estou certo que o que faz com que ele siga grudado em você e você nele tem uma constelação bem ampla de explicações, algumas muito antigas e outras nem tanto, e sempre passíveis de revisão, não?

      Beijo grande

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  8. Pingback: Ricardo C.

  9. Marcelo disse:

    O problema de desenterrar posts antigos é que os defuntos vem junto…

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