“Knitta, Please! surgiu há quase dois anos. No começo era um movimento limitado e pouco definido, mas evoluiu até o âmbito da street art e logo nos tornamos um grupo de graffiti knit. Nossas criações combinavam a natureza masculina e ilegal do graffiti com a cadência feminina própria do exercício de tricotar. Somos um grupo de pessoas que tricota e que promove a harmonia, a igualdade, a experimentação e a aceitação (ou o desdém) cobrindo placas de sinalização e árvores com peças de lã multicoloridas.” (El Duende de Madrid)
Tenho cá as minhas restrições ao graffiti, ao menos em relação aos garranchos que a esta altura do campeonato ainda se crêem vanguarda de alguma espécie. Aliás, mesmo alguns “com cara de arte” me parecem toscos, infantis, e às vezes nem o sete chegam a pintar. Mas deixo a minha rabugem de lado quando vejo uma subversão dessas intervenções, caso do grupo Knitta, Please!. Essa “gang”, composta, em sua maioria, por jovens mulheres — há algumas na faixa dos setenta, sem falar de um rapaz que também faz parte do grupo —, criou um tipo de intervenção urbana que de alguma forma brinca, entre outras coisas, com a noção de tempo.
Digo “tempo” quando penso que muito do que é feito em grafitti caracteriza-se pela velocidade do próprio processo — sem falar no próprio fato do poder público costumar combatê-lo, fazendo com que sua presença seja mesmo efêmera. Já as “intervenções em tricô” feitas pelo grupo, além de não tratarem de fixar-se “na marra” ou exigirem suor, dinheiro, tempo e aborrecimento daqueles que querem ver-se livres delas, são ainda mais efêmeras, sobretudo pela facilidade para tirá-las de onde foram postas. Mas, por outro lado, elas são quase como aquelas mandalas tibetanas feitas de areia multicolorida, ou os tapetes coloridos feitos com esse e outros materiais por ocasião da festa de Corpus Christi. Ou seja, desaparecem rapidamente, mas demandam muito tempo para serem ralizadas.
Há tempos que a velocidade dos processos tem sido tema de minhas reflexões, seja nas relações de trabalho, nas amorosas, nas relações com os alimentos, com o corpo. Ao que parece, “quanto menos tempo gasto, melhor” é a tônica. A gang Knitta, Please! me faz pensar que o tempo empregado ainda vale mais do que o tempo economizado, e que há esperança de que isso dure, por muito tempo.
Ai! adorei isso! Como é que o almoddovar ainda não usou isso num filme. é a natureza e a cidade com cores de almodovar!
ET:
Ricardo,nunca morei no Rio. Copacabana é cosmopolita e é de todos como o céu é do avião! Os cocôs e as balas perdidas são tão famosos quanto o cristo redentor e o corcovado! Faz mais de 20 anos que não vou ao rio, Minha netinha mais velha nem tinha nascido. KKKKKK
Com licença que tenho que tricotar sapatinhos para meus bisnetos. Pensando bem, acho que vai ser para o poste aqui em frente.
bj, f.
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Slow Food.
Mas muito mais coisas também. Que deixo com este teu recorte/ apontamento.
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Netinha? Quem diria! E saiba que vc é a cara do Rio, Flávia, além de ser uma figura! 🙂
João, slow food é um ótimo exemplo, o Tai Chi Chuan que já começa a aparecer em muitas cidades ocidentais tb. Um amigo meu promove o que ele chama de slow travel, turismo sem pressa, roteiros de charme desprovidos de correria. Enfim, há mesmo muita reação à pressa ansiosa dos tempos atuais. Mas são exceções, não regra…
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Hahaha!
como vc é bobo, Ricardo! E crédulo!
Não esqueça que além de vovó, sou homem. Beijo, querida!
Flávia
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Flávia, desculpe, foi a minha secretária que respondeu por mim. Crédula que só ela, tadinha! Mas o bobo sou eu mesmo, assumo!
Beijos, querido
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HAHAHAHAHAHA
Assim é melhor!
Gostei da sua secretária, quando não estou ocupado cuidando dos netos ou tricotando, tenho uma queda por elas…
A sua tem telefone?
KKKKKKKKKKKKKKK
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